Search This Blog

Tuesday 26 February 2008

Lembranca do que a Midia Brasileira fez ao Padre Julio

--------------------------------------------------------------------------------------

Escrito em:22/2/2008
DA SÉRIE "NÃO FUI EU QUEM ESCREVEU"
NESSE PROCESSO, NO QUAL OS BLOGS COMEÇARAM DE ANALISAR A IMPRENSA E SEU PAPEL NOS RUMOS DA DEMOCRACIA BRASILEIRA, VÁRIOS EXEMPLOS DE MAU USO DA LIBERDADE ESTÃO VINDO À TONA. ABAIXO O CASO DO PADRE JULIO DE SÃO PAULO, QUE COMEU O PÃO QUE O DIABO AMASSOU NA PRIMEIRA PÁGINA E FOI ABSOLVIDO DE TUDO NAS PÁGINAS INTERNAS QUE NINGUÉM LÊ.
O FATO É QUE A INTERNET ESTÁ PROPORCIONANDO UMA REVOLUÇÃO NA INFORMAÇÃO. TUDO ESTÁ NA REDE, SABENDO USAR BEM OS MECANISMOS DE PESQUISA, UMA ENORME PORCENTAGEM DO CONHECIMENTO HUMANO ESTÁ AO ALCANCE DO TECLADO. DA MESMA FORMA OS BLOGS (VEJA O EXEMPLO DO BLOGLOG, IMPENSÁVEL HÁ 5 ANOS SE TER UM SITE COM TANTA GENTE JUNTA). TEM BLOG PARA TODOS OS GOSTOS. EU GOSTO DE BLOGS DE JORNALISTAS, SOU FÃ DOS QUE ESCREVEM SOBRE OS QUE ESCREVEM. AUMENTA MUITO O SENSO CRÍTICO. EU ACREDITAVA QUE OS JORNAIS SÓ DIZIAM A VERDADE. QUANTO ME TORNEI CONHECIDO, PERCEBI QUE AO DAR ENTREVISTA ALGUNS JORNALISTAS ESCREVIAM O QUE QUERIAM, NÃO O QUE EU TINHA DITO. ISSO É SÓ UM EXEMPLO BOBO, MAS MUITOS DE NÓS ATORES NÃO SE RECONHECEM NAS ENTREVISTAS. EXISTEM JORNALISTAS QUE NÃO GRAVAM AS ENTREVISTAS E NEM TOMAM NOTAS. MORRO DE MEDO. DEPOIS, ENTRANDO MAIS NO MEIO JORNALISTICO E POLÍTICO, NAS MINHAS IDAS A BRASILIA ATRÁS DE PATROCÍNIO PARA MINHAS PEÇAS, PERCEBI QUE O JOGO DE PODER MUDA A CABEÇA DAS PESSOAS. AINDA MAIS MORANDO LÁ, TÃO PRÓXIMO DO PODER. ENFIM, TEM QUE TER SENSO CRÍTICO E SABER LER! PENA QUE TODA IMPRENSA ESTÁ DUM LADO SÓ. MAS AINDA BEM QUE TEM OS BLOGS.
www.observatoriodaimprensa.com.br/blogs.asp

Escondendo (de novo) o padre Júlio
Postado por Luiz Weis em 22/2/2008 às 7:53:17 AM





Toda hora, ou quase, a mídia dá motivo para se condená-la por acusar aos berros e se retratar aos sussurros.
Nesse sentido, o modo como a Folha tratou o caso do padre Júlio Lancelotti merecia ser ensinado nas escolas de jornalismo – como um exemplo a não se imitar.
No domingo, 28 de outubro, o jornal deu na primeira página:
“Ex-interno diz que fazia sexo por dinheiro com padre” [ver aqui].
Na quinta-feira, 8 de novembro, a mesma Folha – mas nunca, jamais, onde já se viu, na primeira página – noticiou a conclusão da polícia de que “padre Júlio sofreu extorsão”.
A omissão, contrastando constrangedoramente com a apelação anterior, foi registrada neste blog [ver aqui].
Para explicar a disparidade de tratamento, o jornal poderia alegar, forçando a barra, que a conclusão policial não seria necessariamente o fecho do caso, apenas uma etapa no processo de esclarecimento dos fatos. Afinal, informava a matéria, “o inquérito será analisado pelo juiz Júlio Caio Farto Sales”, que “poderá pedir novas investigações, caso considere as provas insuficientes".
Hoje, reincidente, alegaria o quê? Em oito linhas praticamente caíndo de uma página interna do caderno Cotidiano, o jornal dá que “o Ministério Público de São Paulo considerou o padre Júlio Lancelotti vítima de extorsão” e que “a condenação deve sair na semana que vem”.
Fácil imaginar o que a Folha faria se o Ministério Público considerasse que não houve extorsão nenhuma na história – e que o religioso, como o jornal proclamou naquele domingo de outubro, o dia em que mais vende, de fato pagava por sexo com um ex-interno, segundo acusação deste.
E a azeitona nessa empada podre é que a notícia de hoje na Folha chegou atrasada: as conclusões do Ministério Público já estavam ontem no Jornal O Estado de São Paulo.