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Monday 31 May 2010

mariam: BRASIL A VENDA, SEJA VOCE TAMBEM UM COMPRADOR!!!

mariam: BRASIL A VENDA, SEJA VOCE TAMBEM UM COMPRADOR!!!

http://www.aloysiobiondi.com.br/IMG/pdf/02brasilprivatizado1.pdf

BRASIL A VENDA, SEJA VOCE TAMBEM UM COMPRADOR!!!

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HOJE, ALOYSIO BIONDI NAO ESTA MAIS EM NOSSO MEIO, MAS SERRA ESTA E, ELE, SERRA, QUANDO MINISTRO DE FHC, AMAVA PRIVATIZACOES. ASSIM....
PEQUENO COMENTARIO SOBRE ALOYSIO BIONDI



Morto há nove anos, Biondi deixa saudade para quem busca nos jornais um olhar crítico e diferenciado da claque do poder e dos seus governantes. Veio para a vida em 1936 na pequena Caconde, interior de São Paulo. Criou-se em São José do Rio Pardo e se afundou no jornalismo paulistano até o pescoço depois dos 19 anos. Sem diploma em universidade (cursou e não concluiu, na capital, sociologia e política). Mas com sede de informação e conhecimento amplo. Passou pelas principais redações brasileiras. Seus debates públicos lhe deram inimigos e admiradores. Durante a ditadura militar, ganhou dois prêmios Esso de jornalismo na contracorrente. Como escreveu na revista Visão, de 1967, o “clima de fraseado vazio (...) tem o demérito de manter a opinião pública completamente desinformada do que está acontecendo”.

O paradoxo da safra recorde e da fome no mundo
11 October 2008, 23:52:31 | Aloisio Milani
Quem conhecia o estilo do jornalista Aloysio Biondi sabia de seu estilo crítico aliado ao seu trabalho de catador minucioso de informações. Sua interpretação dos fatos, muitas vezes aparentemente isolados, trazia luz a um estilo de jornalismo que há muito deixava de contagiar grandes redações. Aqui, deixo a indicação de um artigo de um jornalista que não conheceu Biondi, mas também se sente atraído por seu legado. Alceu Luís Castilho explica em seu texto como entrou no site do projeto O Brasil de Aloysio Biondi e descobriu que a simples busca da palavra “fome” abria uma janela para velhos problemas que ainda hoje enfrentamos na crise mundial de alimentos. “Considero-os documentos da história recente do Brasil”, afirma. Veja um trecho abaixo.

“Abro o site e clico na palavra “fome”. Nada mais atual que a crise mundial na produção de alimentos, não é? Começo com um artigo para a B****, de 1999. intitulado: “Trigo para os porcos, dona Ruth!” Ele se referia a uma notícia sobre colheita de trigo jogada nos chiqueiros, currais e galinheiros do Paraná, “para alimentar porcos, bois e galinhas”. Os agricultores não tinham para quem vender a produção. Biondi criticava a suspensão da entrega de cestas básicas para 8,5 milhões de pessoas no Nordeste e em outros bolsões de pobreza. Dispara o jornalista: - Os mesmos alimentos que estão sobrando no campo são cortados das cestas. Ruína para milhões de famílias de agricultores, fome para milhões de brasileiros. Compras do governo representariam renda, emprego, consumo no interior – e crescimento para toda a economia. E o inacreditável genocídio que está ocorrendo nas regiões pobres seria evitado. Ah, sim, os porcos vão luzidiamente bem, obrigado.”

Segue o link da íntegra do artigo publicado na Agência Repórter Social.
ARTIGO EXTRAIDO DO BLOG DO PHA, SOBRE A TELEBRAS E O PORQUE DA NEGATIVA DO GOVERNO FEDERAL AO BROi.


Santanna: por que o Serra é contra a Telebrás. Porque ele é o filhote do FHC
Publicado em 11/05/2010 Compartilhe | Imprima | Vote (+14)


Santanna: a banda larga é como o sol - nasceu para todos


No programa “Record News Atualidade” que vai ao ar às 22H desta terça-feira, na Record News, entrevistei Rogério Santanna, que, como Secretário de Logística do Ministério do Planejamento, criou o Plano Nacional da Banda Larga, o PNBL.



Durante o programa, ele disse que aceitou o convite para ser presidente da Telebrás.

Veja trechos da entrevista (não são literais):



- A banda larga brasileira é cara, lenta e localizada.

- Concentra-se nas classes A e B e ignorou a classe C.

- E ignorou o Nordeste.

- Aumenta o consumo de tudo no Nordeste.

- Menos de banda larga.

- O Brasil dispõe de uma rede paralela à das empresas privadas, que é a infra-estrutura de Eletronet (*), da Eletrobrás e da Petrobrás.

- A partir dessa rede, a Telebrás poderá entregar, em 2014, banda larga a 4.278 municípios.

- Hoje, as telefônicas privadas dizem que só estão interessadas em concorrer em 148 municípios.

- E outros quatro mil ficariam condenados à desconexão eterna.

- As telefônica privadas cobram, hoje, em média, segundo o IPEA, R$ 96 mensais pela banda larga.

- O PNBL quer uma banda larga a R$ 30 – R$ 35 mensais.

- Em 2014, 40 milhões de famílias poderão receber essa banda larga a R$ 35.

- 40 milhões de lares é uma penetração parecida com a do Japão.

- O PNBL vai começar pelo Sudeste e pelo Nordeste.

- As telefônicas privadas não querem sair do bem-bom do monopólio em que vivem hoje – em 10 anos de privatização não foram capazes de uma única inovação.

- A banda larga vai exigir inovação e concorrência.

- A telefonia privada não tem infra-estrutura para chegar ao país inteiro.

- Nem quer.

- Ela só quer ir aonde vá ganhar dinheiro, garantido.

- O negócio da telefonia privada é ficar na telefonia fixa: quanto mais tempo e para mais longe, mais cara a ligação.

- Com a banda larga, o negocio é diferente: quanto maior a capacidade, mais caro fica.

- No Japão, o serviço de voz, ou seja, a telefonia fixa, é 30% do negócio das telefônicas.

- No Brasil, 80%.

- É isso o que as telefônicas privadas querem preservar.

- A Telebrás tem cerca de 226 empregados e não deve ter uma folha maior do que essa.

- O trabalho da Telebrás será feito, principalmente, com o desenho de software – ela não precisa de maquinas ou escavadeiras.

- Seu papel será montar um sistema com provedores e subcontratados, e fazer com que a banda larga chegue até a casa do cliente (ou à “extra mile”, no jargão de telefonia).

- A Telebrás vai exigir que a velocidade da banda larga no Brasil aumente 10% ao ano.

- O Governo não aceitou a proposta da BrOi de tomar conta de toda a banda larga, porque segundo Santanna, a BrOi cobrou muito caro.

- A BrOi queria fazer por R$ 27 bilhões – o tamanho da divida dela – o que o Governo pretende fazer, com a Telebrás, por R$ 3 bilhões, em dez anos.

- E, além do mais, diz Santanna, a proposta da BrOi reforçaria seu monopólio.

(Ou seja, o Governo Lula parece ter dito à BrOi – “acabou a sopa, vire-se” – PHA)

Tv Record - Canadá A Nova América - Parte 3



aOS QUE VEEM ESTES VIDEOS, LEMBREM-SE QUE FORAM FEITOS A 3 ANOS ATRAS.
MUITA COISA TEM MUDADO, DESDE ENTAO.

Tv Record - Canadá A Nova América - Parte 2

Canadá, A Nova América - Jornal da Record - Parte 1

"Brasil Emigrante" - Jornal da Record



BRASILEIROS NOS EUA.

Blog Os Amigos do Presidente Lula/Segurança Publica em SP



DELEGADO DE POLICIA EM SAO PAULO X MATO GROSSO

Lula no RN dá o recado a Agripino

José Serra se irrita com pergunta e reclama da TV Brasil, que responde

O titanic de Serra em Pernambuco



ESTALEIROS... TECNOLOGIA PARA CONSTRUIR SONDAS... NAVIOS....
25 MIL EMPREGOS GERADOS....

Lamb Of God (Original Christian Worship Song)

Melodia Chinesa

He Was Nailed To The Cross

Friday 28 May 2010

Jesus Revelations

Jimmy Swaggart - The power in the name of Jesus (3)

God Took Away My Yesterday - Swaggart Crusade Pt 3

Ain't Nothing Better - Swaggart Crusade Pt 4

My Sins Are Gone

Born Again Pt 1


DUDLEY SMITH

July 89 Campmeeting Medley Pt 1

Phil Driscoll and John Eth Perform Amazing Grace

Phil Driscoll Mighty Trumpet in Concert Statesville NC PART 7 of 7

PHIL DRISCOLL & his Son INCREDIBLE DUET of Holy Holy Holy

Phil Driscoll - I Will Exalt Thee ( Russ Taff Intro / Extro)

Jimmy Swaggart-Where the roses never fade

Evangelist Jimmy Swaggart: Through It All



THROUGH IT ALL I'VE LEANRT TO TRUST IN JESUS,
I'VE LEARNT TO TRUST IN GOD.
I'VE LEARNT TO DEPEND UPON HIS WORD.

ATRAVES DE TUDO ISSO, TENHO APRENDIDO A CONFIAR EM JESUS.
ATRAVES DE TUDO ISSO, TENHO APRENDIDO A CONFIAR EM DEUS.
TENHO APRENDIDO A DEPENDER DE SUA PALAVRA.

Saturday 22 May 2010

taaxa selic no correr dos anos

aumento do juros, taxa selic?
como foi no passado?



http://www.portalbrasil.net/indices_selic.htm

OPERACAO BANESPA

http://www.istoe.com.br/reportagens/24874_O+ELO+PERDIDO?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage

Vítima de um grampo, o economista cunhou uma frase para a história: “Estamos no limite da irresponsabilidade.”

OUTRO LINK INTERESSANTE, TUDO A VER....

http://www.conjur.com.br/2002-set-20/leia_acao_impetrada_mpf_serra_citado_2?pagina=2

Friday 21 May 2010

TRIBUNAIS SUPERIORES... PARA QUE SERVEM MESMO????

TODAS AS INFORMACOES DADAS ABAIXO (JUNTAMENTE COM OS ARTIGOS ANTERIORES) PODERAO SER LIDOS NOS ARQUIVOS DO ALOYSIO BIONDI


Direitos na lata de lixo
Jornal Diário Popular , quinta-feira 30 de março de 2000




Você pensa que a ação na Justiça pedindo a suspensão da privatização do Banespa foi ‘‘coisa de sindicato’’? Nada disso. A iniciativa partiu de nada menos de 11 procuradores da República, integrantes do Ministério Público que, como esta coluna relembrou ontem, foi criado exatamente para defender os direitos do cidadão e da sociedade em geral, inclusive contra abusos (isto é, desrespeito às leis) dos governantes. Para justificar o pedido, os 11 procuradores da República apontaram e demonstraram a existência de mais de 20 irregularidades, ilegalidades e inconstitucionalidade cometidas pelos governos FHC e Covas no processo de venda do banco. Vale dizer, detalhes que trarão prejuízos ao Estado, à população, como aconteceu em tantas outras ‘‘privatizações’’, verdadeiros negócios da China para enriquecer grupos empresariais nacionais e multinacionais.

Os argumentos foram acolhidos, e o leilão suspenso, em uma primeira etapa. Mas o governo recorreu a um Tribunal superior e o juiz anulou a suspensão. Por quê? Os procuradores da República estavam errados? Não é nada disso. Como foi explicado ontem, não é mais assim, com base em leis e direitos, que os tribunais superiores estão tomando decisões no Brasil — conforme críticas dos próprios juízes, advogados e juristas. Agora, basta o governo dizer que ‘‘determinada’’ arbitrariedade sua ‘‘atende aos interesses nacionais’’, e os tribunais superiores decidem a seu favor.

Foi assim mesmo, no caso do Banespa. Os advogados do governo alegaram que, com o atraso nos leilões e venda do banco, o governo teria um ‘‘prejuízo de R$ 189 milhões em seis meses, e de R$ 394 milhões em um ano’’.

Que cálculo é esse? Segundo os advogados do governo, se o Banespa fosse vendido — possivelmente pelo preço estimado em torno de R$ 2 bilhões —, o governo poderia usar esse dinheiro para pagar uma ‘‘fatia’’ de sua dívida, deixando assim de pagar juros de 19% ao ano, ou aqueles R$ 394 milhões em um ano.

O argumento é vergonhoso. Primeiro, porque o Banespa pode dar lucros acima de R$ 1 bilhão por ano, isto é, muito mais que o dobro do ‘‘prejuízo’’ alegado com os juros de R$ 390 milhões. Em segundo lugar, a venda do Banespa às pressas pode trazer prejuízos bilionários ao povo de São Paulo, várias vezes superior aos gastos com juros: no Rio, auditorias contratadas pelo novo governo mostraram que o Estado teve um prejuízo estrondoso, de nada menos de R$ 12 bilhões (30 vezes, ou 3.000% do valor dos juros do caso Banespa) com a privatização do Banerj, vendido na administração anterior.

Esses cálculos mostram como são falsos os argumentos que falam em ‘‘interesse nacional’’. Mas, repita-se, não é esse o aspecto verdadeiramente importante da questão. Nenhuma nação sobrevive se o próprio governo passa a descumprir, sistematicamente, as leis que estabelecem os direitos e deveres dos cidadãos e governantes. No Brasil, direitos e democracia estão sendo jogados na lata do lixo, em nome de pretensos ‘‘interesses nacionais’’. Com a ajuda de tribunais superiores.

A DESTRUICAO DOS BANCOS OFICIAIS FHC

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A destruição dos bancos oficiais
Revista da Fenae , fevereiro de 1998




A crise asiática serviu para confirmar o triste papel de "lixeira" para as operações podres do mercado financeiro que a equipe FHC tem reservado à Caixa Econômica Federal (e ao Banco do Brasil). Com ela, houve um salto de 7,8 bilhões para 9,3 bilhões de reais, nos "empréstimos" da instituição a outros bancos, engessando-se recursos que, se aplicados livremente no mercado, certamente ofereceriam rentabilidade maior. A mesma política antilucro - para a CEF - de sempre, da qual o "calote" no pagamento, pelo Tesouro, dos créditos do FCVS - Fundo de Compensação de Variações Salariais é um exemplo escrachado. Em 1995/1996, época da "quebra" do Nacional e lançamento do Proer, a Caixa tinha 6 bilhões de reais de FCVS vencidos, isto é, a receber. Em lugar de "comprá-los" para usar naquela operação, a equipe FHC pagou pela compra de FCVS de três bancos privados - créditos que, ao contrário da CEF, sequer estavam vencidos... Sem falar, claro, na clamorosa compra de "contratos imobiliários" dos bancos falidos, ou não, que o presidente Sérgio Cutolo chamou de "ativos de boa liquidez e rentabilidade". O balancete de outubro da CEF mostrou como o Sr. Cutolo estava certo: foi preciso provisonar (lançar como prejuízo) nada menos de 100 milhões de reais que a CEF "adquiriu" do Banco Econômico. O prejuízo de 325 milhões no balancete de outubro da Caixa certamente vai servir de munição para a equipe econômica e porta-vozes "neoliberais", como o ex-ministro Mailson da Nóbrega, para os ataques aos bancos oficiais. Ataques baseados sempre em meias verdades ou mentiras totais, como as manchetes que Brasília plantou nos jornais, alardeando que o "socorro" aos bancos estaduais chegará a 50 bilhões de reais, contra 36 bilhões previstos inicialmente. Razões do acréscimo, segundo o mesmo "estudo": mais 4 bilhões na dívida do Estado de São Paulo para com o Banespa (devido à demora do acordo); mais 3 bilhões na parte "podre" do Banerj, cuja parte lucrativa já foi privatizada; e 7 bilhões de pagamento da dívida do mesmo Estado de São Paulo para com a Caixa Econômica Estadual, que não havia sido computada anteriormente. Na prática, nenhuma operação de "socorro" aos próprios bancos. Mas, dentro da política de "delenda" instituições governamentais, qualquer mentira é válida para a equipe FHC.

O " ROMBO" DA CAIXA

NAO COMPREENDO COMO O POVO DE SAO PAULO AINDA VOTA EM QUEM LHES ENFIA A FACA PELAS COSTAS.
TODOS OS PERSONAGENS HISTORICOS DO PSDB/DEM, SEMPRE FORAM A FAVOR DA DIMINUICAO (OU PARA SER MAIS EXATA, EXTINCAO!) DA MAQUINA ESTATAL (OU SEJA SUCATEAMENTO ). SO QUE ANTES NAO SABIAMOS O QUAO DESTRUTIVA ERA SUA IDEIA DE PRIVATIZACAO. TAO PERNICIOSA. REALMENTE O PAULISTANO E'; COMPLETAMENTE; CEGO. NAO TEM RACIOCINIO. E' EGOISTA!
NAO SE DAO NEM AO CUIDADO DE INVESTIGAR A VERDADE. PARA ELES IMPORTA UM DIPLOMA, NEM QUE SEJA DE MENTIRINHA (HEHEHE)


O ‘‘rombo’’ da Caixa
Jornal Diário Popular , quinta-feira 6 de julho de 2000.




De repente, os brasileiros têm outra decepção com a notícia de que a Caixa Econômica Federal também tem um ‘‘rombo’’ de bilhões e bilhões de reais, e que o governo teria de desembolsar esses bilhões, para a CEF não quebrar. Se você está entre os decepcionados, ‘‘esfrie a cabeça’’, procure a verdade — e vai descobrir que, mais uma vez, o governo e a grande imprensa estão montando um festival de mentiras com um único objetivo: convencer a opinião pública de que o melhor é ‘‘privatizar’’ a Caixa, vendê-la ou doá-la a grupos estrangeiros, como já foi feito vergonhosamente com outras empresas estatais.

A ‘‘guerra de informação’’ é para abrir caminho à privatização, não apenas da CEF, mas também do Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia, isto é, todas as instituições oficiais de crédito federais, obedecendo-se mais uma vez aos interesses dos países ricos, do Fundo Monetário Internacional e banqueiros internacionais. A estratégia usada contra a CEF é a mesma que foi adotada em 1996 contra o Banco do Brasil, ou contra o Banespa e outros bancos estaduais: inventa-se um grande ‘‘rombo’’, apavora-se a opinião pública, que, manipulada, fica a favor da privatização.

Desta vez, o tiro deve sair pela culatra. O governo está procurando lã e pode ficar nu, diante da opinião pública. Por quê? Depois de anos de apatia diante das barbaridades cometidas na venda das estatais, há agora uma forte reação no Congresso e dentro do próprio PSDB contra essas privatizações dos bancos federais, ‘‘recomendadas’’ em relatório de uma empresa de consultoria estrangeira contratada pelo governo FHC. A divulgação desse documento, prevendo graves prejuízos para os bancos estatais a partir do ano 2003, trouxe um efeito com o qual o governo certamente não contava: desta vez, deputados e senadores não vão apenas engolir as conclusões dos estudos apresentados pelos consultores. Querem investigar todos os cálculos, e, mais ainda, se houver mesmo riscos de prejuízos pela frente, querem descobrir a sua origem, isto é, como é possível, que medidas e decisões têm comprometidos os lucros de instituições gigantescas, que deveriam proporcionar ganhos fabulosos ao Tesouro.

Ao fazer um levantamento minucioso das operações desses bancos nos últimos anos, o Congresso vai descobrir duas aberrações principais. Primeiro, que os ‘‘rombos’’ têm sido inventados pela equipe econômica FHC/FMI/banqueiros internacionais. Segundo, que essa mesma equipe econômica tem adotado, ano após ano, medidas escandalosas para garantir grandes lucros aos bancos privados às custas da CEF e do Tesouro. Verdadeiros crimes de lesa-contribuinte que o Congresso ignorou, ao longo dos anos, e que agora pode desvendar. Os negócios da China envolvem o FGTS, FCVS, os contratos de financiamento de imóveis, os juros cobrados e por aí afora, como se verá amanhã.

COMO FALSIFICAR BALANCOS

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Como falsificar balanços
Jornal Diário Popular , sexta-feira 7 de julho de 2000




O governo diz que a Caixa Econômica Federal também está quebrada, com um ‘‘rombo’’ de R$ 7 bilhões a R$ 10 bilhões. Mais uma vez, o governo engana a opinião pública, para convencê-la a apoiar a privatização da Caixa e outros bancos federais e estaduais. Se você não acredita que governantes possam se comportar como falsários, vale a pena relembrar como o ‘‘rombo’’ do Banco do Brasil foi inventado — e continua a ser reinventado:

* Calotes — Segundo as regras do Banco Central, os bancos estatais ou particulares devem sempre fazer ‘‘reservas’’, provisões, isto é, separar uma parte de seus lucros para compensar ‘‘calotes’’. Vale dizer, se empresas ou clientes não pagarem empréstimos que tomaram, o banco deve ter dinheiro ‘‘guardado’’ para cobrir esses ‘‘buracos’’. Por quê? Porque precisam ter sempre dinheiro em caixa para devolver aos clientes que têm depósitos, ou atender a outros compromissos.

* Lucros — Logicamente, quando esse dinheiro vai para uma ‘‘reserva’’, sai do faturamento e dos lucros dos bancos, reduzindo-os.

* Rombo — As ‘‘reservas’’ devem ser formadas sempre que surgem sinais de ‘‘calotes’’. Assim, o Banco Central exige que sempre que um cliente começa a atrasar seus pagamentos, ou fica inadimplente como dizem os técnicos, os bancos já façam ‘‘reservas’’, ou provisões, como medida de cautela. Quando um grande número de clientes de um banco começa a atrasar pagamentos, o valor do dinheiro separado para as reservas vai crescendo tanto que, em determinado momento, o banco não tem mais dinheiro ‘‘livre’’ para os demais compromissos. Está com um ‘‘rombo’’ — passageiro, note-se — porque tem dinheiro a receber, mas está enfrentando uma onda de atrasos (que podem ou não virar calotes), e as reservas exigidas estão congelando seu ‘‘capital’’.

* O ‘‘rombo’’ inventado — De acordo com as regras traçadas pelo Banco Central, na época da falsa crise do BB, qualquer banco deve fazer reservas, como precaução, sempre que um cliente atrasasse uma prestação dos empréstimos em mais de 30 dias — isto, se o empréstimo não tivesse garantias (isto é, se o cliente não tivesse ‘‘hipotecado’’ carros, casas, sítios, fazendas para garantir o pagamento). Se o empréstimo tivesse garantia parcial, isto é, os bens hipotecados tivessem um valor igual a uma parte do empréstimo, o prazo subia para 180 dias; se o empréstimo tivesse garantia total, com bens ‘‘hipotecados’’ de igual valor, o prazo subia para 360 dias. O que o governo fez, para inventar o rombo do BB?

Descaradamente, exigiu que o banco fizesse reservas para qualquer empréstimo em atraso, mesmo que ainda não tivessem estourado aqueles prazos de 30, 180 ou 360 dias previstos nas próprias regras do Banco Central. O governo FHC/FMI desrespeitou vergonhosamente as suas próprias regras (como aconteceu com o Banespa), fixadas pelo próprio Banco Central, para desmoralizar o Banco do Brasil diante da opinião pública. A manobra está sendo repetida com a Caixa Econômica Federal, como se verá amanhã.

DE VOLTA AO PASSADO COM FHC E SERRA & MIDIA

Mentira e cara-durismo (ou: a imprensa no reinado FHC)
, terça-feira 1º de agosto de 2000



Este último texto de Aloysio Biondi em Caros Amigos foi lembrado pelo jornalista Cláudio Júlio Tognolli como constante no Anuário de Jornalismo da FAculdade de Comunicação Social Cásper Líbero que nos autorizou a publicá-lo e da qual Biondi recebeu o título de Professor Notório Saber

"Uai, então, governo e seus aliados também sabem que o Brasil está mal?" Coçando a cabeça, era essa a reflexão do pobre cidadão brasileiro, em novembro último, ao ler, ver ou ouvir figurões de Brasília e celebridades da mídia explicarem que a inflação, subitamente renascida, não preocupava nem um pouco. "Ah, diziam candidamente os Polianas, essa alta é passageira. Não tem jeito de a inflação aumentar..." Por quê? "É simples." Pontificavam "O brasileiro está sem poder aquisitivo, a massa salarial (total de salários pagos pelas empresas) caiu 5 por cento, por isso o consumo despencou. Então, a indústria e o comércio não têm condições de majorar seus preços, mesmo que sofram aumentos forçados de custos de matérias-primas como o petróleo, ou peças e componentes que importam de suas matrizes, encarecidos este ano com a alta do dólar. Se aumentarem preços, aí que as empresas não vendem mesmo."

A surpresa do perplexo cidadão brasileiro não era, certamente, com o otimismo de Brasília, delirantemente exibido nos últimos anos.Tampouco, com o adesismo dos de-formadores de opinião, cada vez mais desnudados aos olhos do públicom a ponto de alguns deles provocarem engulhos até em antigos admiradores. A surpresa, mesmo, era com o total cara-durismo do governo FC e adeptos:"Uai, ué, refletia o cidadão: até há poucos dias, a gente só via, lia e ouvia esse pessoal dizer que o Brasil "surpreendeu", a economia está muito bem; a indústria em recuperação; o consumidor, voltando às compras... Cumé que, da noite para o dia, o governo e imprensa passam a dizer exatamente o contrário, a admitir que o Brasil está em recessão, forçados a mudar de conversa para dizer que a inflação não assusta?" Na verdade, a volta da inflação criou uma das poucas oportunidades em que o povo brasileiro pôde descobrir, por si mesmo, a gigantesca e, mais do que vergonhosa, deprimente e lesa-sociedade manipulação do noticiário econômico (e político) no governo FHC. Sem medo de se exagerar, pode-se comprovar que as técnicas jornalísticas e experiências de profissionais regiamente pagos foram utilizadas permanentemente para encobrir a realidade.Valeu lançar mão de tudo: de manchetes falsas, inclusive "invertendo a informação", a colocar o lide no final das matérias, isto é, esconder a informação realmente importante nas últimas quatro linhas. Segue-se um pequeno roteiro, dos truques mais usados, pelos meios de comunicação, para ajudar o leitor a ler, ver e ouvir os meios de comunicação brasileiros neste reinado de FHC. Ou para ajudar os estudantes de comunicação e jornalistas principiantes a decidirem se estão dispostos a aderir ao jogo da manipulação.

Advertência essencial: é absolutamente injusta, e até politicamente equivocada, a mania de criticar o adesismo desta ou daquela rede de televisão, deste ou daquele jornal e, principalmente, desta ou daquela colunista/comentarista de economia e política. Esse é um grave erro político, porque transmite à opinião públicaa falsa impressão de que a manipulação - permanente - tem sido feita por este ou aquele veículo, ou por este e aquele profissional. Com isso, acaba-se levando a sociedade a acreditar que se trata de exceções, quando a verdade é que a manipulação é generalizada e constante, contando-se nos dedos os profissionais e veículos que têm procurado manter a eqüidistância em relação ao governo FHC e interesses a ele ligados. Por isso mesmo, como seria injusto citar especificamente determinados veículos e jornalistas, todos os exemplos abaixo são reais, retirados do noticiário e devidamente guardados em nossos arquivos, mas deixamos de identificar seus autores.


TRUQUE 1: MANCHETE ÀS AVESSAS

A falta de ética da imprensa chegou a tal ponto, que se chega a inverter completamente a informação, para enganar o público. Excelente exemplo dessa prática ocorreu com uma pesquisa sobre o endividamento das famílias brasileiras, realizada por uma empresa de consultoria. As conclusões foram aterradoras: nada menos de 40 por cento do orçamento familiar já estava "amarrado" com o pagamento de compromissos financeiros: cartões de crédito, cheques pré-datados, prestações diversas. E, mais exatamente: esse comprometimento havia exatamente duplicado de 20 por cento para 40 por cento, após o Real. Qual a importância desse dado? Ele já mostrava as perspectivas de problemas sérios para a economia, com menos dinheiro disponível para o consumo, isto é, mais recessão - e aumento inevitável da inadimplência, ou "calote" forçado, por parte dos consumidores. Os resultados da pesquisa ganharam uma manchete na edição dominical. Mas, pasme-se o leitor: o editor fez uma mágica desonesta. A manchete dizia: "Dobra acesso do consumidor ao crédito", e o texto mentia que, "graças a estabilidade da moeda, as famílias brasileiras já estão conseguindo planejar seus orçamentos e programar o endividamento desejado e lá-rá-li-lá-rá-lá, e as instituições financeiras, reconhecendo a nova situação criada pelo Real, blém-blém-blém, até duplicaram a concessão de financiamentos ao consumidor...". Pois é. Cinismo total. Com um toque de mágica e muita falta de ética os problemas foram transformados em "novas vantagens" do Real, martelando-se na tecla da "estabilidade da moeda", que tantos dividendos políticos trazia ao governo FHC...


TRUQUE 2: MANCHETES ENCOMENDADAS

O governo fornece textos e dados estatísticos para os meios de comunicação noticiarem com destaque, geralmente em manchete, mentiras ou verdades aparentes. A estratégia é usada em muitas ocasiões: para obter apoio da opinião pública; para impedir a formação de CPI’s, para esconder desmandos do governo; para forçar a aprovação de "reformas"; para justificar "privatizações" para desmoralizar oposicionistas e assim por diante. Exemplos? O governo FHC massacrou a agricultura com a cobrança da TR, até 40 por cento acima da inflação, e cortes violentos no crédito para plantio. Os agricultores, arruinados, pediram a renegociação das dívidas, para poder pagá-las a longo prazo, O governo pautou os jornais e revistas para provar que os produtores eram "caloteiros". Matérias sórdidas foram publicadas contra eles. No entanto, nos últimos dias de 1999, em entrevista à Folha de S. Paulo, o presidente FHC reconheceu como "um dos maiores erros do seu governo" que os agricultores tinham razão, e que ele havia pensado que era tudo "choradeira" (esse reconhecimento por parte do presidente não teve nenhum destaque na edição da entrevista. A opinião pública continua a acreditar, portanto, que os agricultores são "caloteiros").

Como desmoralizar oposiocionistas? Em novembro, manchete anunciava que "Aposentadorias fraudulentas foram descobertas no Banco Central". A notícia revelava um caso insignificante, com a descoberta de uma quadrilha que havia falsificado documentos para cinqüenta funcionários públicos, dos quais dezesseis do BC. Por que ganhou a manchete, de foram duplamente desonesta, já que dava todo o destaque ao pessoal do BC, que nem sequer era maioria dos beneficiários (cinqüenta) envolvidos? Claramente, material e destaque pedidos pelo governo, porque o pessoal do Banco Central estava denunciando, ao Congresso, aberrações cometidas pelo presidente do BC, que iriam reduzir a fiscalização sobre os bancos e remessa de dólares, narcotráfico, lavagem de dinheiro, etc.


TRUQUE 3: CIFRAS ENGANOSAS

Mais mágicas? A falta de apoio ao Nordeste, no auge da seca, contribuiu para derrubar a popularidade presidencial. para ganhar o perdão da opinião pública, nada melhor portanto do que reforçar aquela velha ladainha de que o dinheiro destinado à região é mal aplicado, desviado pelas elites e coronéis. Maquiavelicamente, manchete (sempre encomendada) de domingo dizia: "Empresas do Nordeste desviam 550 milhões de reais". O que o texto mostrava? Que os incentivos (desconto de imposto de renda) para projetos no Nordeste tinham sido mal utilizados, com empresas beneficiadas indo à falência, ou mesmo aplicando em "projetos fantasmas". Para os leitores, uma "prova de bondade do governo" e uma "prova de que o Nordeste é um saco sem fundo". Os brasileiros sempre se impressionam com cifras que falam em "milhões", não conseguindo ver a diferença entre eles, "milhões" e "bilhões". A manchete se aproveitava disso, dando a impressão de um "rombo gigantesco", que, na verdade, não passa de meio bilhão de reais - contra os 42 bilhões (com "b") de reais doados para socorrer os banqueiro no programa Proer, por exemplo. Mas a desonestidade dessa manchete e do governo foi muitíssimo mais longe: o texto dizia que aquele "rombo" maquiavelicamente anunciado era a soma de todas as perdas e desvios ao longo de nada mais, nada menos de quarenta anos. Conta que, evidentemente, nenhum leitor faz - e por isso mesmo é função dos jornalistas fazerem, quando querem informar e não manipular pró- governo. E tem mais: se os 550 milhões de reais forem divididos pelos quarenta anos, darão apenas uns 13 milhões (com "m") por ano, cifra absolutamente ridícula, verdadeiros tostões. Mas a manchete maquiavélica cumpriu a missão de "salvar a cara" do governo FHC, à custa do reforço dos preconceitos contra o Nordeste e os nordestinos. Missão duplamente cumprida.


TRUQUE 4: LIDE ÀS AVESSAS

Conhecer este truque ajuda muito a quem não quer gastar muito tempo lendo jornais e revistas, e quer a informação verdadeira. No jornalismo do reinado FHC, é bobagem confiar nos títulos e na abertura, ou primeiras linhas (lide) da matéria, que são sempre otimistas. Os editores escondem a verdade, isto é, os problemas, nas "últimas quatro linhas" - o que lhes permite fingir que não estão deixando de noticiar nada, uma atitude hipócrita, pois eles sabem muitíssimo bem que a informação que impressiona o leitor é aquela estampada no título e do lide. Técnica de edição, certo? Diariamente os jornais estão cheios desse truque de escondeção da verdade. Um exemplo freqüente se refere às vendas do comércio , que vão mal há muito tempo. São publicadas extensas entrevistas com fontes pró-governo dizendo que está tudo ótimo; lá nas últimas quatro linhas, vem a informação verdadeira, que é a violenta queda nas consultas ao Telecheque (como aconteceu no último natal) ou ao SPC, utilizados como "termômetros das vendas".


TRUQUE 5: PROMETENDO O FUTURO

Poucos brasileiros sabem que a venda de automóveis caiu a menos da metade no país: eram 180.000 veículos por mês, em 1997, e menos de 80.000, nos últimos meses de 1999. Da mesma forma que a venda de televisões despencou de 8 milhões para 4 milhões por ano (Como se vê, o presidente da República e os de-formadores de opinião têm toda razão quando dizem que a "crise" não é tão grande quanto os catastrofistas previam... Imagine-se se fosse). Por que essas informações são desconhecidas? Primeiro, porque nunca chegam às manchetes. Há mais, porém. Aqui, o truque é esconder o resultado do mês (nas últimas quatro linhas, de preferência), e entrevistar o presidente da associação, federação ou confederação do setor, geralmente capachildos pró-governo. Como bom capachildo, ele fará uma previsão de que, "no próximo mês, o setor deve crescer 10 a 20 por cento", e os jornalistas poderão alegremente colocar esse futuro otimista no título - mantendo a ética, o respeito à informação, é claro. Todos hipócritas.

TRUQUE 6: O SUJEITO ERRADO
"Sujeito", dizem os gramáticos, "é quem pratica a ação". não para os jornalistas do reinado FHC, claro. Em abril, títulos de páginas internas gritavam que "Seca aumenta mortalidade infantil no Nordeste". No texto, as verdades, e as mentiras. Terríveis: no interior nordestino, a mortalidade infantil chegou a quatrocentas crianças mortas para cada 1.000 crianças de até um ano. Um dado espantoso, pois representa o recorde mundial de duzentas crianças mortas - pertencente até então... à África subsaárica, devastada pela seca e pelas guerras tribais. No texto, a causa da mortandade: distribuição de cestas básicas suspensa há três meses. Corte de 60 por cento nas "frentes de trabalho", e atraso de três meses no pagamento aos flagelados que continuaram trabalhando. Moral da história: quem está matando crianças (e adultos também) do nordeste não é a "seca". O autor da ação, o "sujeito", é outro, portanto: o governo FHC, que cortou e reteve as verbas para a região - como, de resto, para todas as áreas sociais dentro do programa de "ajuste fiscal", ou saldo positivo para o Tesouro (sem contar o pagamento dos juros), combinado com o FMI. Nestes tempos de hipocrisia e cinismo, os de-formadores de opinião encobrem até genocídios - e depois, angelicalmente, escrevem ou fazem comentários indignados quando, em certa época do ano, aparecem os relatórios de organismos como a Unicef falando das mazelas sociais no Brasil. Indignação, por quê? São cúmplices do genocídio e de tudo o mais...


TRUQUE 7: O BOI PELO BIFE

Outra técnica para esconder a realidade é deixar de lado o quadro geral, negativo, e "pinçar" um dado positivo, para dar destaque a ele, no título e no lide. Exemplo incrível, mas verdadeiro: em um trimestre, houve queda no PIB (valor dos bens e serviços produzidos no país), isto é, a economia recuou. Agricultura, indústria, comércio, tudo recuou. Houve somente uma exceção: a economia do Rio cresceu, por causa do valor da produção do petróleo na fantástica bacia de Campos. os jornalistas não tiveram dúvida: começaram a matéria por aí, e tascaram no título: "Economia do Rio cresce". O bife no lugar do boi.

TRUQUE 8: O BIFE PELO BOI
No truque anterior, escolhe-se um determinado aspecto da notícia, ou o bife, para não falar do todo, isto é, do boi. E há também o truque inverso, isto é, falar do boi para esconder o bife. Como assim? Lá vai mais um exemplo real. Ao contrário do que dizem o governo e de-formadores de opinião, os banqueiros não voltaram a emprestar ao Brasil, em 1999. Sempre escondidos, os dados sobre financiamentos externos ou vendas de títulos no exterior, quando surgiam, eram sempre acompanhados de afirmações do tipo "os banqueiros internacionais estão emprestando menos para os países emergentes, porque estão com medo do bug do milênio". Isto é, os cofre não estavam fechados apenas para o Brasil (o bife), mas para todos os países emergentes (o boi). Essa versão foi plenamente confirmada na manchete "Banqueiros emprestam menos à América Latina", de uma reportagem de página inteira publicada no final de 1999. O texto também confirmava a ladainha. Mas a publicação trazia também uma tabela de estatísticas e quem se dispusesse a analisá-la teria uma "surpresa": realmente, os empréstimos à América Latina (o boi) como um todo haviam caído 12 bilhões de dólares. Mas, analisando a tabela, via-se que a Argentina recebeu 8 milhões de dólares a mais; o México, 1 bilhão a mais; o Chile, 1 bilhão de dólares a mais. Em resumo, esses três países juntos receberam 10 bilhões de dólares a mais, na comparação com o ano anterior. Por que então a América Latina ficou com 12 bilhões a menos? Porque o Brasil, sim, recebeu 22 milhões de dólares a menos. Essa era a notícia, e o título verdadeiro: bancos não emprestam ao Brasil. Como isso desmascararia o governo e seus de-formadores, a tática foi deixar os números só na tabela e publicar manchete e texto enganosos.


TRUQUE 9: OMISSÃO ESCANDALOSA

Este breve roteiro da manipulação no reinado de FH poderia ser alongado infinitamente. Por enquanto, fica-se por aqui. Não se pode deixar de falar, no entanto, na omissão total de determinadas informações, levantando-se desde já uma ressalva. Sempre pareceu odioso meios de comunicação ignorarem determinados fatos. Mas será mesmo que é menos odiosa toda a manipulação vista acima, que acaba transmitindo conceitos errados à opinião pública, levando-a a apoiar propostas incorretas e rejeitar caminhos que melhor atenderiam os interesses do país? Como exemplo máximo da omissão total e indecente de informação, não se pode deixar de citar o acordo entre o governo e os meios profissionais de comunicação, para esconder a disparada dos preços do petróleo no mercado mundial, que mais do que duplicaram desde janeiro/fevereiro de 1999. Durante dois anos, os preços do petróleo se mantiveram em queda no mercado mundial, saindo de 20 dólares para menos de 10 dólares o barril, em janeiro deste ano. A partir daí, os países produtores iniciaram negociações para cortar a produção e forçar a recuperação dos preços, que entraram em alta já em fevereiro. O acordo foi feito em 23 de março, os preços subiram 30, 40, 60, 100 por cento, sem que aparecesse nenhuma informação na imprensa brasileira - que, ironicamente, sempre foi extremamente preocupada com o menor reajuste que houvesse para os combustíveis. Essa conspiração do silêncio foi tão intensa, que a opinião pública levou um susto quando os preços da gasolina subiram: ninguém sabia da alta mundial. Por que essa conspiração? Porque o governo havia marcado leilões para doar, a multinacionais, as áreas de Petróleo descobertas pela Petrobrás, exigindo apenas preços "simbólicos" em troca. O grande argumento do governo para essa "doação" era, exatamente, que o mercado mundial de petróleo havia desabado, e "ninguém queria mais explorá-lo". Quando os preços dispararam, era preciso esconder a realidade para evitar reações no Congresso - ou da opinião pública. A conspiração pactuou com um dos maiores assaltos praticados contra a sociedade brasileira: há áreas na região do litoral de Campos com reservas de até 2 bilhões de barris, isto é, que podem faturar 40 bilhões (com a letra "b") de dólares, ou 80 bilhões de reais, com o barril a 20 dólares (preço "normal" dos últimos anos). O maior preço recebido pelo governo brasileiro foi de míseros 150 milhões (com a letra "m") de dólares, já incluído aí o ágio oferecido pela multinacional. Crime de lesa-sociedade, só possível com a conivência e cumplicidade da imprensa, mestra da manipulação no reinado FHC.

RELEMBRANDO O PASSADO NO GOVERNO DO FHC

ARTIGO ESCRITO POR ALOYSIO BIONDI.

Culpa de São Pedro?
Jornal Diário Popular , sexta-feira 21 de julho de 2000




‘‘Ah, assim é demais. Culpar o governo até pela inflação provocada pelas geadas? Tem dó. É muita má vontade...’’ Não é não. Uma grande parte da carestia que o povo brasileiro vai enfrentar nos próximos meses poderia ser evitada, com freios na alta de preços. Como? É muito simples. Antes de o presidente Fernando Henrique e sua equipe chegarem ao poder, o governo tinha estoques reguladores (que levavam esse nome exatamente porque se destinavam a ‘‘regular’’ a oferta e a procura, ‘‘regulando’’, segurando também os preços), que eram vendidos quando a produção caía por um motivo qualquer. Hoje, esses estoques não existem. Por quê? Antes do governo FHC, o Brasil tinha uma política de agricultura e abastecimento, isto é, preocupada tanto em proteger o produto como garantir preços razoáveis também para o consumidor. Como essa política funcionava? Quando havia grandes colheitas e os preços desabavam, provocando prejuízos ao produtor, o governo comprava uma parte da produção (na verdade, milhões de toneladas), pagando um preço mínimo, destinado a cobrir as despesas do agricultor. Se, em algum ano seguinte, houvesse uma reviravolta, isto é, se a produção caísse e provocasse uma disparada de preços, o governo entrava no mercado, vendendo esses estoques para impedir que os preços passassem de determinados limites. Já a partir de 1995, o governo FHC cancelou totalmente essa política, arrasando os agricultores. Por quê? A mesma desculpa utilizada para destruir a indústria brasileira: segundo FHC/Malan/FMI, não se devia ‘‘proteger’’ demais o produtor brasileiro, para forçá-lo a produzir de forma mais moderna, com custos mais baixos...

Uma desculpa, como você deve saber, totalmente mentirosa, porque o próprio presidente da República vive fazendo protestos, em discursos (só em discursos) contra a proteção que os países ricos dão a seus agricultores. O massacre da agricultura foi tão grande que a área plantada no Brasil tem caído, ano após ano. Resultado: a produção tem sido insuficiente para a formação de estoques, mesmo pelos agricultores. Se você duvida, veja o que aconteceu com alguns produtos que estão com os preços disparando e vão subir muito para o consumidor, por falta de estoques:

Feijão — Houve grande produção no começo do ano, na chamada primeira safra (ou ‘‘das águas’’). O preço despencou, chegou a R$ 14 reais a saca de 60 quilos, ou algo como 22 centavos o quilo... Resultado: o produtor reduziu o plantio da chamada segunda safra (‘‘da seca’’). Agora, a geada faz estragos na 3ªsafra (ou ‘‘de inverno’’). Os estoques são insuficientes...

Álcool, açúcar — No ano passado, o açúcar foi vendido no mercado mundial aos preços mais baixos dos últimos 35 anos, provocando imensa crise e desemprego na lavoura de cana. Em lugar de formar estoques, o governo estimulou ‘‘alguém’’ (quem?) a exportar o açúcar a preço baixo, com avanço de 75% nas vendas ao Exterior. Agora, não há estoques... E a geada queimou a cana.

O povo colhe os resultados da política lesa-Brasil do governo FHC.

ALOYSIO BIONDI

A vida de Aloysio Biondi

Quarenta e quatro anos de jornalismo, mais de 2 mil textos publicados. Neles, um intenso esforço de traduzir a realidade brasileira, interferir nela, permitir que, com base na informação, os brasileiros se manifestassem sobre os rumos do país. Por isso, Aloysio Biondi sempre optou por um texto acessível, original, sem os vícios da linguagem técnica dos especialistas da economia – área em que priorizou sua atuação. As matérias e artigos deixavam clara sua visão crítica e reviravam os conceitos que continham, mostrando que, muitas vezes, um determinado fato poderia, ao menos para a maioria da população, ser interpretado como o oposto do que vinha sendo veiculado pela imprensa. Essas características, apoiadas num obsessivo trabalho de garimpagem de dados, fizeram com que Biondi fosse considerado um dos maiores jornalistas que o Brasil já teve.

Entre a vinda ao mundo em Caconde (cidade do interior paulista), em 8 de julho de 1936, e a partida, em São Paulo, em 21 de julho de 2000, a vida intensa incluiu a passagem por vários dos principais veículos jornalísticos do país. Biondi começou na Folha da Manhã (que depois se tornaria Folha de S.Paulo) em 1956, aos 19 anos. Durante o regime militar (ditadura, em bom português), participou ativamente da resistência com seu trabalho: numa revista Veja muito diversa da atual, desenvolveu uma cobertura pioneira do mercado de capitais; na efêmera, mas impactante, Revista Fator, esmerou-se em destrinchar os números da política econômica do todo-poderoso ministro Delfim Netto; na respeitada Visão, botou lenha na disputa entre ortodoxos e desenvolvimentistas, e venceu um Prêmio Esso ao mostrar os impactos econômicos do desrespeito ao meio ambiente.

Mais adiante foi, durante a década de 90, uma das poucas vozes a se levantar contra foi a abertura econômica sem freios e a condução das privatizações. No período, colaborou com uma série de veículos – Folha de S.Paulo, Diário Popular, Caros Amigos, Revista dos Bancários e Revista Bundas, entre outros – e escreveu o livro O Brasil Privatizado – Um Balanço do Desmonte do Estado, em que calculou quanto o governo gastou e quanto obteve com a venda das estatais. O cálculo cuidadoso mostra que o discurso da equipe econômica do governo Fernando Henrique Cardoso escondia o fato de que R$ 87,6 bilhões não entraram ou saíram dos cofres públicos nesse processo. Isso precisava ser descontado do saldo. “O balanço geral mostra que o Brasil ‘torrou’ suas estatais, e não houve redução alguma na dívida interna, até o final do ano passado (1998)”, escreveu o jornalista. O livro foi um campeão de tiragem: mais de 130 mil cópias.

O método de trabalho de Biondi tinha como regra o imenso esforço de apuração e análise. O segredo de como rastrear as informações certas para reportar os fatos. Na maioria das vezes, sem uma entrevista exclusiva com determinada fonte de conhecimento privilegiado, mas pela própria pesquisa – em balancetes de empresas, no aprofundamento de pesquisas oficiais, no cruzamento de estatísticas e na leitura linha por linha dos jornais. Após semanas debruçado sobre dados de pesquisas, finalizou levantamento pioneiro – “Quem é Quem na Economia Brasileira” – em que eram identificados os personagens principais ligados ao desenvolvimento do país. Em outro caso, no final da década de 1960, lendo todos os mapas de importação e exportação, desconstruiu o discurso da ditadura militar sobre o perfil “essencial” nas compras do exterior. Na década de 1990, sua capacidade de produção o levou a ter simultaneamente duas colunas diárias, várias semanais e inúmeras mensais ou bimestrais.

Na rotina das redações era admirado por sua postura reta. Sua forma de dialogar com editores e repórteres trazia uma forma de pedagogia da profissão – coisa rara nos tempos atuais. Ajudou a formar gerações de jornalistas dentro dos veículos em que trabalhou. Esteve cercado de amigos na profissão: Washington Novaes, Lauro Veiga Filho, Delmar Marques, Irene Solano Viana, Ricardo Kaufman, etc. Exercitava em alguns veículos o hábito de reuniões de pauta abertas a todos da equipe de produção jornalística, como os casos de Diário da Manhã e Shopping News. A verve didática chegaria às salas de aula da Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, onde lecionou jornalismo após longo processo de convencimento do então coordenador Marco Antonio Araújo.

O idealismo e a determinação contra o senso comum colocaram Aloysio Biondi em muitas polêmicas e situações complicadas ao longo da trajetória profissional. Pelo mérito e pelo tom de suas críticas, chegou a fazer inimigos dentro de ministérios militares e civis. Manteve longos debates por escrito com colegas jornalistas nas páginas do mesmo veículo, discordâncias públicas com expoentes da própria esquerda, inclusive economistas do MDB, que não admitiam, por exemplo, a fase de retorno do crescimento econômico do país na década de 80 em nome da disputa política contra a decadente ditadura militar.

Era fã de música – clássica e popular brasileira, com destaque para Strauss, Beethoven, Gal Costa e, especialmente, Chico Buarque. Em noitadas caseiras com a roda de amigos mais próximos, mergulhava no piano. Também adorava conversar horas num boteco, expediente que o aproximou de vez de uma turma de alunos e professores. E cozinhar para os filhos. Era capaz de uma caprichada moqueca, mas a escolha quase sempre se dava entre macarrão e capeletti – com três molhos, para não desapontar as preferências. Foi muito apaixonado pela mulher, Angela Leite, artista plástica reconhecida por seu trabalho em defesa da fauna e flora brasileiras, de quem se separou quando os filhos eram adolescentes. Pedro é jornalista e escritor. Antonio também se tornou jornalista e militante pela democratização da comunicação. Bia é música, e escreveu um livro sobre sua vida, no qual compartilha suas dificuldades, desafios e conquistas e como eles se ligam à paralisia cerebral de que é portadora.

Aloysio Biondi se foi exatamente duas semanas depois de completar 40 anos e 288 meses, segundo os cálculos com que costumava brincar. Deixa um legado de ética, coerência e alegria, que este projeto procura honrar. Cada depoimento a seguir e cada linha registrada em seus textos ajudam a contar sua biografia e a própria história recente do jornalismo e dos trabalhadores brasileiros. Em livro aberto.


Uma universidade na redação
por Nilson Gomes

Diário da Manhã, 22/07/1994

O grande mistério
por Luis Fernando Verissimo

O Estado de S.Paulo, 25/07/2000

Goiás ganha seu I.F Stone
por Euler Belém

Diário da Manhã, 25/07/1994

A arte de decifrar a economia
por Emir Sader

Correio Braziliense, 25/07/2000

Doutor em tudo
por Washington Novaes

Folha de S. Paulo, 22/07/2000

A imensa contribuição de Biondi
por Jânio de Freitas

Folha de S.Paulo, 23/07/2000

Quinze frases sobre Aloysio Biondi
por vários autores

Comentários sobre O Brasil Privatizado, 2001


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DAVID & BATHSHEBA pt1of4 JIMMY SWAGGART

INCLUSAO SOICAL

Por que sera que tem tanta gente que nao pensa sobre isso e so critica a Inclusao Social?
Por falta de boa vontade, por falta de conhecimento do que acontece ao seu redor.



Inclusão social no Brasil melhorou entre 2001 e 2008, afirma economista

Cidadania Inclusão social no Brasil melhorou entre 2001 e 2008, afirma economista

Por: Alana Gandra, da Agência Brasil

Publicado em 20/05/2010, 11:34

Última atualização às 11:34

Rio de Janeiro - Estudo feito pelo diretor técnico do Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), Roberto Cavalcanti de Albuquerque, revela que houve evolução no processo de inclusão social no Brasil entre 2001 e 2008.

"O processo de inclusão social no Brasil avança", disse Cavalcanti à Agência Brasil, antecipando a apresentação do estudo que será feita hoje (20) de manhã no 22º Fórum Nacional, promovido pelo Inae na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Rio.

Segundo o economista, houve uma aproximação entre as diferenças, sejam elas entre urbano e rural ou entre as regiões Norte-Nordeste e Sul-Sudeste. As diferenças “se atenuam no tempo”.

A partir dos indicadores estabelecidos na pesquisa, podem ser trabalhadas áreas consideradas frágeis, como educação, que avançou menos do que outras. O mesmo ocorre em relação ao emprego formal. "Embora tenha havido um avanço, ainda há espaço muito grande para crescer”. Roberto Cavalcanti lembrou, contudo, que houve um salto significativo no período em termos de inclusão digital. “E eu acho que ele vai continuar."

Segundo afirmou, o grande esforço dos governos deve ser o de aumentar os indicadores de educação e de ocupação formal, porque a pobreza no país apresentou queda significativa, como também os índices de desigualdade. Ele observou que a melhora no Nordeste foi mais lenta do que no resto do país.

Para o economista, a inclusão social vem ocorrendo no Brasil nas dimensões de inserção econômica, composta de emprego e renda, inserção educacional, gerada por educação e conhecimento, e inclusão digital, cujos principais componentes são a informação e a comunicação. Essas três dimensões resultam em um Índice de Inclusão Social.

Áudio Banda larga é um poderoso instrumento de inclusão social

Wednesday 19 May 2010

Sunday 16 May 2010

"No programa do PT, Lula exalta Dilma" - 13/5/2010

Does God Predestine Some Men to Hell? (Double Predestination Explained R...

8000 Floridians ,Homeless in the Woods 2008

Tent cities spring up in LA

Dozens of Tent Cities Crop Up in the US

Abaixo transcricao de artigo do blog Tijolaco http://www.tijolaco.com/?p=14711

http://www.tijolaco.com/?p=14711


Crítica, sim. Apelo ao golpismo, não!
maio 14th, 2010 às 23:01 Não havia a menor dúvida de que tucanos e demos tentariam algo contra o programa do PT que foi ao ar ontem à noite. Devem ter ficado todos sentadinhos em frente à TV, acompanhados de seus advogados, indo ao desespero com a naturalidade de Lula e Dilma e maquinando o que diriam no dia seguinte.

O discurso já amanheceu arrumadinho hoje. “É infração clara à legislação eleitoral”, “bofetada nos juízes do TSE”, “dano irreparável”, “violência”, “desrespeito”, “deboche” e “transgressão”, entre outros adjetivos.

Isso era esperado. E é a chiação própria da matilha política que toma a si o uso de dentes e garras, enquanto seu candidato posa de bom moço e, quando controla a sua natureza, usa e abusa das expressões mais cândidas, dizendo que “Lula está acima do bem e do mal”.

Mas é de extrema gravidade o que o Estadão publicou agora, há poucas horas. Trata-se de uma insuflação ao golpismo mais abjeto. Diz a matéria que, “ganha força no TSE, segundo apurou o Estado com ministros do TSE, a tese de que poderá ter sucesso no tribunal uma eventual representação da oposição acusando Dilma de abuso de poder político e uso dos meios de comunicação em prol da candidatura ao Planalto”.Tal situação, diz o jornal, “pode levar à inelegibilidade do político e de quem o ajudou na prática dos atos irregulares além da cassação do registro do candidato que foi beneficiado pelo abuso de poder.”

Ministro do TSE não fala em tese, muito menos quando não é provocado formalmente. Atribuir a “ministros do TSE” a afirmação de que já julgaram o que não foi ajuizado e afirmar que isso pode levar a cassações, das duas uma. Ou se está acusando os ministros de uma transgressão a normas jurídicas elementares ou se está, de maneira torpe, usando seus nomes para fazer terrorismo eleitoral e para pressionar a própria corte.

É preciso deter este processo que fede a autoritarismo. É muito grave que o Estadão coloque a Justiça diante da opinião pública como se estivesse a decidir, de maneira irregular, que um candidato possa ser cassado. Os políticos e os orgãos de imprensa que faziam a apologia do golpe no pré-64, ficaram conhecidos como “vivandeiras de quartel”, como analogia às mulheres que, no passado, seguiam atrás das tropas em marcha. Parece que, agora, temos as “vivandeiras do TSE”.

Tucanos e demos tentaram evitar que o programa fosse ao ar ontem, mas seus pedidos não foram julgados antes da veiculação. Instado por PSDB e DEM, o TSE multou o PT e Dilma por propaganda eleitoral antecipada no programa do partido que foi ao ar em dezembro do ano passado, e como não tiraram a propaganda do ar ontem decidiram cassar o tempo do programa do PT do primeiro semestre do ano que vem. Estavam no direito de pedir, embora seja um ato hipócrita, pois querem que alguém seja condenado pelo que eles mesmos fizeram e fazem.

O programa do PSDB ano passado dividiu seu tempo entre Serra e Aécio e ninguém considerou campanha antecipada. Para ajudar o departamento jurídico do PT a desmontar essa hipocrisia de que a legislação eleitoral está sendo desrespeitada, sugiro que assistam no YouTube ao programa do PSDB do Rio Grande do Norte, de maio de 2002, coincidentemente o mês em que estamos, que se não for propaganda antecipada não sei que outro nome pode ser dado.

Assistam-no e vejam que Serra é apresentado e se apresenta, na prática, todo o tempo como candidato. Ninguém tentou cassar Serra, nem tirar do ar o PSDB. É porque campanha se faz na rua, pelo voto do povo e não nos tribunais, pelo voto dos juízes.

Mostrem-no aos ministros do TSE, se os tucanos insistirem com novas punições. Se não é possível – e nem é desejado – impor-lhes hoje punição por algo que fizeram há oito anos, que ao menos se crie o constrangimento moral aos que vem pedir a condenação de alguém pelo que eles prórios fizeram, sem qualquer sanção.

Em 30 de julho de 2002, em entrevista ao mesmo Estadão, o coordenador político da campanha de Serra a Presidência, deputado Pimenta da Veiga (PSDB-MG), pedia atuação ostensiva do então presidente Fernando Henrique Cardoso a favor do tucano para interromper uma trajetória de queda que ele vivia no momento. “Não é possível que um presidente bem avaliado como Fernando Henrique não transfira 10% a 20% do prestígio que tem a seu candidato”, dizia um outro tucano à época. Era legítimo, porque é bom que a população saiba quem representa quem. Ilegítimo é pretender esconder a verdade da população, mesmo que seja por uma interpretação intolerante da lei.

Impedir o abuso é um dever legal. Usar este poder de maneira abusiva é uma deformação da democracia.

O TSE, como instituição, tem de reagir à matéria do Estadão. Não pode aceitar ver atribuída a si uma insinuação de ter posição tomada sobre o que não está em causa e, menos ainda, que possa vir – em tese – a estar examinando a cassação de uma candidata que representa politicamente um Presidente aprovado pela Nação e que desponta como uma das favoritas ao pleito.

Dilma x Agripino - Dilma Rousseff Responde a Agripino Maia

Dilma na campanha contra o crack

Saturday 15 May 2010

Serra nervoso com reporteres.

http://www.redebrasilatual.com.br/multimidia/blogs/blog-na-rede/serra-bate-boca-com-o-terceiro-reporter-em-duas-semanas#

Saturday 8 May 2010

Primeira parte da Entrevista de Dilma a revisa Isto E', Artigo extraido do Blog da Presidente Dilma

ISTO É ENTREVISTA DILMA ROUSSEFF.from BLOG DA DILMA PRESIDENTE by Jussara Seixas


Com um calhamaço de fichas repletas de dados sobre realizações do governo Lula sempre ao alcance das mãos, a candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, falou por quase quatro horas sobre seus planos para o Brasil, numa entrevista exclusiva a editores e articulistas de ISTOÉ. Em poucos momentos ela consultou a papelada. Mas seguidamente procurou com os olhos um contato com sua equipe de assessores que lhe passava, sempre, sinais de aprovação. Dilma não refugou assuntos. Falou sobre questões pessoais e afetivas com a mesma naturalidade com que abordou temas da política e da economia. Emocionou-se quando relembrou seus dias de luta contra o câncer.

Vestida com um terninho clássico, de tecido leve e claro, penteada e maquiada com discrição, Dilma Rousseff parece à vontade na condição de candidata. Já suavizou a postura de gerente técnica que ostentava como ministra do governo Lula. Mesmo que jamais tenha buscado votos em sua vida pública, faz promessas de candidata e demonstra apetite para contrapor-se ao candidato da oposição, José Serra. Diz que a missão de seu governo é erradicar a pobreza, mas não estabelece prazos. Anuncia ainda mudanças na condução do Banco Central e a intenção de criar um fundo federal para compensar perdas regionais na reforma tributária que se compromete a implementar. A seguir, os principais trechos de sua entrevista:

ISTOÉ – Por que a sra. acha que o presidente Lula a escolheu para sucedê-lo e quando exatamente se deu isso?
Dilma Rousseff – O presidente Lula me escolheu quatro vezes. A primeira foi na transição do governo de Fernando Henrique para o governo Lula, em 2002. O presidente me chamou para fazer a coordenação da área de infraestrutura porque me conhecia das reuniões do Instituto de Cidadania. Depois ele me escolheu para ser ministra de Minas e Energia. E, em 2005, para ser ministra da Casa Civil. Por último, me escolheu para ser pré-candidata para levar à frente o projeto de governo. Acho que me escolheu porque acompanhei com ele a construção de todos os grandes projetos. O presidente sabe que nós conseguimos, juntos, fazer estes projetos.


ISTOÉ – Ser presidente era uma ambição pessoal da sra.?
Dilma – É um momento alto da minha vida, talvez o maior. Tem gente que passou uma vida inteira querendo ser presidente da República. Eu era mais modesta. Fui para a atividade pública porque queria servir. Pode parecer uma coisa falsa, mas acho que se pode servir à população brasileira no setor público. Sempre acreditei que o Brasil podia mudar, mas isto era uma questão longínqua. Quando o Lula me chamou para a chefia da Casa Civil, ele pretendia que o governo entrasse na trilha do crescimento e da distribuição de renda para que o Brasil desse um salto, e vi nisso uma grande oportunidade.

ISTOÉ – A sra. se considera preparada para o cargo?
Dilma – Tenho clareza, hoje, de que conheço bem o Brasil e os escaninhos do governo federal. Então, sem falsa modéstia, me acho extremamente capacitada para o exercício desse cargo. E acredito que o fato de não ser uma política tradicional pode incutir um pouco de novidade na gestão da coisa pública. Uma novidade bem-vinda. Na minha opinião, critérios técnicos se combinam com políticos. Escolher onde aplicar é sempre um ato político. Por exemplo, eu acho que a grande missão nossa é erradicar a pobreza e que é possível erradicá-la nos próximos anos. Isto é um ato político. Outra pessoa pode escolher outra coisa.

ISTOÉ – No horizonte de um governo, é possível erradicar a pobreza?
Dilma – Tem um estudo do Ipea mostrando que até 2016 é possível erradicar a pobreza extrema, a miséria. Mas o empresário Jorge Gerdau costuma dizer que “meta que se cumpre é meta errada”. Metas não são feitas para cumprir, mas para estabelecer um objetivo, criar uma força. Assim, acredito que o prazo de 2016 é viável, mantido o padrão do governo Lula. Nossa meta pode ser ainda mais ousada. Só não vou dizer qual porque, se passar dois dias sem cumpri-la, vão dizer: “Não cumpriu a meta”, como fazem com o PAC. Atrasar uma obra de engenharia em seis meses é a catástrofe no Brasil.

ISTOÉ – O presidente Lula também trabalhou com metas quando foi candidato. Ele falava em dez milhões de empregos...
Dilma – Acho que a gente fecha em 14 milhões. Falei com a área econômica de dois bancos e ambos consideram que o crescimento do PIB será de 6,4%, podendo chegar a 7%, o que dá condições para se chegar a estes 14 milhões de empregos. Os dados da produção industrial que fechamos em março apontam um crescimento muito robusto e sustentável porque são os bens de capital que estão puxando esse desempenho.

ISTOÉ – O Banco Central está preocupado com este crescimento...
Dilma – Não, o Banco Central está preocupado com outra coisa. Ele não pode estar preocupado com a expansão dos bens de capital porque isso é virtuoso.

ISTOÉ – Parece que há uma visão dissonante entre o Banco Central e a Fazenda sobre o desempenho da economia. Como a sra. vê essa questão?
Dilma – Os dois trabalham em registros diferentes. O BC faz uma análise necessariamente de curto prazo, porque ele trabalha com questões inflacionárias conjunturais, mais imediatas. Ele olha a pressão na hora que ela acontece. Já a Fazenda tem uma visão de mais médio e longo prazo. É outro registro. A Fazenda tem consciência de que o Brasil está em uma trajetória de estabilidade e de sustentabilidade. Agora, isso não é incompatível com o fato de você ter pressões inflacionárias imediatas. Acho que foi importante o aumento dos juros na última reunião do Copom.


“Tem gente que passou uma vida inteira querendo ser presidente
da República. Eu era mais modesta”

ISTOÉ – Isso não dá munição para os seus adversários?
Dilma – Nós já tivemos duas experiências muito ruins de, durante a eleição, fingir que é uma coisa e, depois, virar outra. Uma na virada do primeiro para o segundo mandato do Fernando Henrique Cardoso e outra no Plano Cruzado. Hoje somos perfeitamente capazes de elevar a taxa de juros e assumirmos as consequências, sem que isso signifique uma perda. Temos integral compromisso com a estabilidade.

ISTOÉ – A sra. concorda com a política de juros do BC?
Dilma – Concordo. Acho que, da ótica do BC, ele fez o que precisava fazer. Nos Estados Unidos, onde há um histórico maior de estabilidade, o Federal Reserve tem dois olhos: um que olha a inflação e outro o emprego.

ISTOÉ – O nosso só olha a inflação.
Dilma – No meu governo acho que, mais para o final, teremos condições de olhar as duas coisas: inflação e emprego.

ISTOÉ – Teremos um BC diferente?
Dilma – Teremos uma política e uma realidade diferentes. Porque, para o BC fazer isto, é preciso uma redução da dívida líquida em relação ao PIB. O Brasil converge para condições monetárias de estabilidade que permitirão a combinação de outras variáveis. Criamos robustez econômica suficiente para fazer isso.

ISTOÉ – A sra. vai enfrentar um candidato que também se apresenta como um pós-Lula. O que a diferencia dele?
Dilma – Só se acredita em propostas para o futuro de quem cumpriu suas propostas no presente. O que nos distingue é que nós fizemos, nós sabemos o que fazer e como fazer. Mais do que isso, os projetos dos quais eu participei – 24 horas por dia nos últimos cinco anos – são prova cabal de que somos diferentes.


“Sou católica, mas antes de tudo cristã.
Tive minha formação no Sion”

ISTOÉ – A sra. não acha importante o fato de o PT ter assumido o governo com um quadro de estabilidade da moeda?
Dilma – Eu não queria fazer isso, mas, se vocês insistem, vamos lá: recordar é viver. Nós assumimos o governo com fragilidades em todas as áreas. Taxas de inflação acima de dois dígitos, déficit fiscal significativo e, sobretudo, uma fragilidade externa monstruosa. Tínhamos um empréstimo com o FMI de US$ 14 bilhões. A margem de manobra nessa situação é zero. Você se coloca de joelhos junto aos credores internacionais. Quem fala com você é o sub do sub do sub. Isso não foi momentâneo. Foi uma década de estagnação, de desemprego e desigualdade. Nós tivemos, claro, coisas boas. Uma delas é a Lei de Responsabilidade Fiscal.

ISTOÉ – Mas já cogitam mudá-la. A sra. é favorável a isto?
Dilma – Depende. Acho que para mexer em coisas que têm dado certo é recomendável caldo de galinha e muita calma. Mas, voltando ao recordar é viver, o Plano Real também teve mérito. Já em outros pontos fomos salvos pelo gongo. O País deve dar graças a Deus por não terem partido a Petrobras em pedaços, não terem privatizado o setor elétrico, Furnas, Eletronorte, Eletrosul. A privatização da telefonia foi correta, mas não acho hoje muito relevante. Hoje a banda larga é mais importante que a telefonia.

ISTOÉ – A sra. acha que Serra seria a continuidade de FHC?
Dilma – Não tenho nenhum comentário a fazer sobre a pessoa José Serra. Tenho respeito por ele. Mas nós representamos projetos políticos distintos. Nós temos uma forma diferente de olhar o Estado.

ISTOÉ – Ele também se apresenta como um economista da linha desenvolvimentista.
Dilma – Acho muito significativa essa tentativa de borrar diferenças. Duvido que estariam borrando diferenças se o governo do presidente Lula tivesse menos que 76% de aprovação. Duvido. Há, neste processo, a tentativa de esconder o fato de que somos dois projetos. Tenho orgulho de ter sido ministra do presidente Lula. Devemos comparar as experiências de cada um. Eles diziam que não sabíamos governar, que só tivemos sorte. A gente gosta muito de ter sorte. Graças a Deus não somos um governo pé-frio. Mas quando chegou essa crise, muito maior que a de 1929, mostramos enorme competência de gestão, capacidade de reação e ousadia.


“Lula é uma pessoa extremamente afetiva. Ele
não te olha como se fosse um instrumento dele”

ISTOÉ – O governo FHC foi incompetente?
Dilma – O governo FHC representa um processo em que não acredito. Não acredito num projeto de privatização de rodovias que aumenta o custo Brasil por causa dos pedágios, que embute taxas de retorno de 26% ao ano. Em estradas federais, a qualidade melhorou muito com pedágios bem menores por uma razão muito simples: nós não cobramos concessão onerosa. Logística é igual a competitividade na veia.

Entrevista da Dilma para a REvista Isto E'

Artigo Extraido do Blog da Dilma Presidente

1:09 PM (7 hours ago)ENTREVISTA DILMA:"Nós fizemos e sabemos como continuar a fazer'' - Parte 2from BLOG DA DILMA PRESIDENTE by Jussara Seixas


QUATRO HORAS DE DEBATE
A equipe que entrevistou Dilma, da esquerda para a direita: Carlos
José Marques, diretor editorial; Luiz Fernando Sá, diretor editorial-adjunto; Leonardo Attuch,
redator-chefe da revista DINHEIRO; Delmo Moreira, editor executivo de ISTOÉ; Gisele Vitória, diretora
de redação da revista GENTE; Ricardo Boechat, colunista de ISTOÉ, Yan Boechat, editor de política;
Ricardo Amorim, colunista de ISTOÉ; Octávio Costa, diretor da sucursal de Brasília; Mário Simas Filho,
diretor de redação de ISTOÉ, e Caco Alzugaray, presidente executivo da Editora Três





"Nós fizemos e sabemos como continuar a fazer'' - Parte 2
Em entrevista exclusiva, a candidata Dilma Rousseff fala sobre o que considera a diferença básica entre a sua proposta de governo e a da oposição

ISTOÉ – O que a sr. faria diferente do atual governo?
Dilma – Nós tivemos que trocar o pneu do carro com ele andando. Algumas coisas concluímos, em outras não conseguimos avançar. Acho imprescindível, para o patamar de crescimento atingido, fazer a reforma tributária. Não é proposta, é uma exigência. Se quisermos aumentar nossa produtividade e, consequentemente, nossa competitividade, precisamos acabar com coisas absurdas como a tributação em cascata.

ISTOÉ – O governo atual também diz que tentou fazer isto.
Dilma – Não deu agora porque reforma tributária significa conflito federativo. Aprendemos que é inviável fazer reforma tributária sem compensações porque ela tem tempos diferentes. Para neutralizar o efeito negativo da perda de arrecadação, vamos criar um fundo de compensação. Este é o único mecanismo negociável.


“Depois que minha filha nasceu, tive uma gravidez
tubária. Eu não podia mais ter filho”

ISTOÉ – Os acordos políticos resultarão ainda em loteamento de cargos?
Dilma – Não. O apoio político é totalmente legítimo. Em todos os países há uma composição política que governa. O que você tem que exigir é padrões técnicos. Lutei muito para implantar isso no governo.

ISTOÉ – Está satisfeita com o que foi feito?
Dilma – Acho que podemos melhorar.

ISTOÉ – A sra. será avó, em breve. E provavelmente seu neto nascerá num hospital privado e se educará numa escola particular. Em que momento a sra. acha que o Brasil estará pronto para mudar isso?
Dilma – Quero muito que isso aconteça porque me esforcei muito para estudar numa excepcional escola pública, que era o Colégio Estadual de Minas Gerais. A gente fazia um vestibularzinho para passar ali. Era difícil. Este é o grande desafio do Brasil. Para a educação ser de qualidade, não é só prédio, laboratório, banda larga nas escolas. É, sobretudo, professor bem remunerado e com formação adequada.

ISTOÉ – Seu neto vai ter uma superavó, moderna, talvez presidente da República. Essa avó moderna também namora?
Dilma – Olha, eu não namoro atual­mente, apesar de recomendar para todo mundo. Acho que faz bem para a pele, para a alma, faz todo o bem do mundo.

ISTOÉ – Uma vez eleita, a sra. assumiria um relacionamento? A sra. casaria no meio do mandato?
Dilma – A vida não é assim, tem que se confluírem os astros...Eu não sou uma pessoa carente propriamente dita, tive uma vida afetiva muito boa, muito rica. Mas nos relacionamentos há uma variá­vel que é estratégica, que é com quem eu vou casar. Essa variável estratégica eu tenho que saber, porque assim, no genérico, isso não existe. Agora, vamos supor que a pessoa seja maravilhosa e eu esteja apaixonadíssima...


“Não sou uma pessoa carente propriamente
dita. Tive uma vida afetiva muito boa, muito rica”

ISTOÉ – A sra. está fechada para isso?
Dilma – Não, ninguém pode estar na vida. Mas para mim é uma coisa muito distante. E depende dessa variável: que noivo é esse?

ISTOÉ – Qual a sua posição em relação ao aborto? A sra. passou pela experiência de fazer um aborto?
Dilma – Eu duvido que alguma mulher defenda e ache o aborto uma maravilha. O aborto é uma agressão ao corpo. Além de ser uma agressão, dói. Imagino que a pessoa saia de lá baqueada. Eu não tive que fazer aborto. Depois que minha filha nasceu, tive uma gravidez tubária, eu não podia mais ter filho. E antes disso só engravidei uma vez, quando perdi o filho por razões normais. Tive uma hemorragia, logo no início da gravidez, sem maiores efeitos físicos.

ISTOÉ – Isso foi antes de sua filha nascer?
Dilma – Foi antes. Tanto é que eu fiquei com muito medo de perder minha filha, quando fiquei grávida. Mas todas as minhas amigas que vi passarem por experiências de aborto entraram chorando e saíram chorando. Eu acho que, do ponto de vista de um governo, o aborto não é uma questão de foro íntimo, mas de saúde pública. Você não pode hoje segregar mulheres. Deixar para a população de baixa renda os métodos terríveis, como aquelas agulhas de tricô compridas, o uso de chás absurdos, de métodos absolutamente medievais, enquanto as mulheres de renda mais alta recorrem a clínicas privadas para fazer aborto. Há muita falsidade nisto.

ISTOÉ – A sra. defende uma legislação que descriminalize o aborto?
Dilma – Que obrigue a ter tratamento para as pessoas, para não haver risco de vida. Como nos países desenvolvidos do mundo inteiro. Atendimento público para quem estiver em condições de fazer o aborto ou querendo fazer o aborto.

ISTOÉ – A Igreja Católica se opõe a isto.
Dilma – Entendo perfeitamente. Numa democracia, a Igreja tem absoluto direito de externar sua posição.

ISTOÉ – A sra. é católica?
Dilma – Sou. Quer dizer, sou antes de tudo cristã. Num segundo momento sou católica. Tive minha formação no Colégio Sion.

ISTOÉ – A sra. passou por um tratamento para curar um câncer e precisa submeter-se a revisões periódicas. O que deu sua revisão dos seis meses?
Dilma – Agora faço de seis em seis meses. Fiz há pouco, em abril, e deu tudo perfeito.Existe na sociedade e em cada um de nós uma visão ainda muito pesada sobre a questão do câncer. E isso provoca nas pessoas muita dificuldade em tratar a doença Eu tive a sorte de descobrir cedo. Estava fazendo um exame no estômago e resolveram ver como estavam minhas coronárias. Eu fui para fazer um exame de coronária e descobri um linfoma.

ISTOÉ – Como a sra. reagiu?
Dilma – A notícia é impactante. Na hora eu não acreditei, estava me sentindo tão bem. Há uma contradição entre o que você sente e o que te falam. Para combater o câncer você precisa encontrar forças em você mesma. Tem que se voltar para você, não pode, de jeito nenhum, se entregar. Depois, você combate porque conta com apoio. Eu tive uma sorte danada, recebi apoio popular. Chegavam perto de mim e falavam que estavam rezando. A gente se comove muito. E também tive apoio dos amigos, do presidente, de meus colegas no governo.


“Eu quero Neymar e o Ganso na Seleção.
Eles trouxeram alegria de volta para o futebol”

ISTOÉ – A sra. rezava?
Dilma – Ah, você reza, sim. E reza principalmente porque não é o câncer que é ruim, é o tratamento.

ISTOÉ – A sra. tem medo que o câncer volte?
Dilma – Hoje não.

ISTOÉ – Como a sra. encara a vida depois disso?
Dilma – A gente dá mais valor a coisas que costumam passar despercebidas. Você olha para o sol e fica pensando se você vai poder continuar vendo esta coisa bonita. Você fica mais alerta. Só combate isso se tiver força interna. Vou contar uma coisa. Eu não conhecia a Ana Maria Braga e um dia ela me ligou e conversou comigo explicando como tinha vencido o câncer dela, que o dela era mais difícil, diferente, e que superou. Vou ter sempre uma dívida com ela, porque, de forma absolutamente solidária e humana, ela me ligou naquele momento.

ISTOÉ – Mudando de assunto, o Lula é um bom chefe?
Dilma – Sim. O Lula é uma pessoa extremamente afetiva. Ele não te olha como se você fosse um instrumento dele. Te olha como uma pessoa, te leva em consideração, te valoriza, brinca. Ele tem uma imensa qualidade: ele ri, ri de si mesmo.

ISTOÉ – A sra. também será assim como chefe? Porque dizem que a senhora é o contrário disto, durona...
Dilma – Você não pense que o Lula não é duro não, hein. É fácil até para você cobrar, em função disto. Basta dizer: amanhã tem reunião com o Lula. Simples...

ISTOÉ – As reuniões são muito longas?
Dilma – A busca de um consenso é um jeito que criamos no governo. Algumas vezes o presidente chamava isto de toyotismo. Não é a linha de montagem da Ford, onde cada um vai olhando só uma parte. É aquele método de ilha da Toyota, porque você faz tudo em conjunto. Outra coisa é que a gente sempre discute com os setores interessados. Sabe como saiu o Minha Casa, Minha Vida? Porque nós sentamos com eles (empresários da construção civil) e conversamos. Eles criticando o que se fazia, os 13 grandes mais a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil. Se você não fizer isso, se não for absolutamente exaustivo no debate do detalhe, o projeto não fica em pé. Na curva ele cai.

ISTOÉ – Hoje todo mundo comenta, inclusive dentro do partido, que, a partir da entrada do presidente na campanha, suas chances de vitória aumentam. A sra. traz essa expectativa também?
Dilma – Do nosso ponto de vista já é dado que o presidente participa. Nós nunca achamos que ele vai chegar um dia e participar depois. O presidente é a maior liderança do PT, a maior liderança da coligação do governo, uma das maiores lideranças do País, uma das maiores lideranças do mundo...

ISTOÉ – O fato de ter duas mulheres pela primeira vez concorrendo dará um tom diferente à campanha?
Dilma – Acho que as mulheres estão preparadas para pleitear as suas respectivas candidaturas e o Brasil está preparado para as mulheres agora. Penso que é muito importante que haja um olhar feminino sobre o Brasil. As mulheres são sensíveis e isso é uma grande qualidade. As mulheres são sensatas e objetivas até porque lidam na vida privada com condições que exigem isto. Ou você não conseguiria botar filho na escola, providenciar comida, mandar tomar banho, ir trabalhar... As mulheres também são corajosas: a gente segura dor, a gente encara.

ISTOÉ – A sra. é a favor ou contra a reeleição?
Dilma – Sou a favor. Acho muito importante.

ISTOÉ – A sra. cederia a possibilidade de uma reeleição para o presidente Lula, no caso de ele querer se candidatar em 2014?
Dilma – Ele já me disse para não responder a essa pergunta.

ISTOÉ – Até quando a sra. vai obedecer cegamente o que ele manda?
Dilma – Lula não exige obediências cegas.

ISTOÉ – A sra. acompanha futebol como o presidente Lula?
Dilma – Quero o Neymar e o Ganso na Seleção. Tenho muita simpatia pelo Ganso, aquele jeito meio desconcertado de falar. Mas gosto dos dois. Eles trouxeram alegria de volta para o futebol. Jogam de forma desconcertante e atrevida.