Search This Blog

Monday 31 May 2010

PEQUENO COMENTARIO SOBRE ALOYSIO BIONDI



Morto há nove anos, Biondi deixa saudade para quem busca nos jornais um olhar crítico e diferenciado da claque do poder e dos seus governantes. Veio para a vida em 1936 na pequena Caconde, interior de São Paulo. Criou-se em São José do Rio Pardo e se afundou no jornalismo paulistano até o pescoço depois dos 19 anos. Sem diploma em universidade (cursou e não concluiu, na capital, sociologia e política). Mas com sede de informação e conhecimento amplo. Passou pelas principais redações brasileiras. Seus debates públicos lhe deram inimigos e admiradores. Durante a ditadura militar, ganhou dois prêmios Esso de jornalismo na contracorrente. Como escreveu na revista Visão, de 1967, o “clima de fraseado vazio (...) tem o demérito de manter a opinião pública completamente desinformada do que está acontecendo”.

O paradoxo da safra recorde e da fome no mundo
11 October 2008, 23:52:31 | Aloisio Milani
Quem conhecia o estilo do jornalista Aloysio Biondi sabia de seu estilo crítico aliado ao seu trabalho de catador minucioso de informações. Sua interpretação dos fatos, muitas vezes aparentemente isolados, trazia luz a um estilo de jornalismo que há muito deixava de contagiar grandes redações. Aqui, deixo a indicação de um artigo de um jornalista que não conheceu Biondi, mas também se sente atraído por seu legado. Alceu Luís Castilho explica em seu texto como entrou no site do projeto O Brasil de Aloysio Biondi e descobriu que a simples busca da palavra “fome” abria uma janela para velhos problemas que ainda hoje enfrentamos na crise mundial de alimentos. “Considero-os documentos da história recente do Brasil”, afirma. Veja um trecho abaixo.

“Abro o site e clico na palavra “fome”. Nada mais atual que a crise mundial na produção de alimentos, não é? Começo com um artigo para a B****, de 1999. intitulado: “Trigo para os porcos, dona Ruth!” Ele se referia a uma notícia sobre colheita de trigo jogada nos chiqueiros, currais e galinheiros do Paraná, “para alimentar porcos, bois e galinhas”. Os agricultores não tinham para quem vender a produção. Biondi criticava a suspensão da entrega de cestas básicas para 8,5 milhões de pessoas no Nordeste e em outros bolsões de pobreza. Dispara o jornalista: - Os mesmos alimentos que estão sobrando no campo são cortados das cestas. Ruína para milhões de famílias de agricultores, fome para milhões de brasileiros. Compras do governo representariam renda, emprego, consumo no interior – e crescimento para toda a economia. E o inacreditável genocídio que está ocorrendo nas regiões pobres seria evitado. Ah, sim, os porcos vão luzidiamente bem, obrigado.”

Segue o link da íntegra do artigo publicado na Agência Repórter Social.

No comments: