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Friday 21 May 2010

COMO FALSIFICAR BALANCOS

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Como falsificar balanços
Jornal Diário Popular , sexta-feira 7 de julho de 2000




O governo diz que a Caixa Econômica Federal também está quebrada, com um ‘‘rombo’’ de R$ 7 bilhões a R$ 10 bilhões. Mais uma vez, o governo engana a opinião pública, para convencê-la a apoiar a privatização da Caixa e outros bancos federais e estaduais. Se você não acredita que governantes possam se comportar como falsários, vale a pena relembrar como o ‘‘rombo’’ do Banco do Brasil foi inventado — e continua a ser reinventado:

* Calotes — Segundo as regras do Banco Central, os bancos estatais ou particulares devem sempre fazer ‘‘reservas’’, provisões, isto é, separar uma parte de seus lucros para compensar ‘‘calotes’’. Vale dizer, se empresas ou clientes não pagarem empréstimos que tomaram, o banco deve ter dinheiro ‘‘guardado’’ para cobrir esses ‘‘buracos’’. Por quê? Porque precisam ter sempre dinheiro em caixa para devolver aos clientes que têm depósitos, ou atender a outros compromissos.

* Lucros — Logicamente, quando esse dinheiro vai para uma ‘‘reserva’’, sai do faturamento e dos lucros dos bancos, reduzindo-os.

* Rombo — As ‘‘reservas’’ devem ser formadas sempre que surgem sinais de ‘‘calotes’’. Assim, o Banco Central exige que sempre que um cliente começa a atrasar seus pagamentos, ou fica inadimplente como dizem os técnicos, os bancos já façam ‘‘reservas’’, ou provisões, como medida de cautela. Quando um grande número de clientes de um banco começa a atrasar pagamentos, o valor do dinheiro separado para as reservas vai crescendo tanto que, em determinado momento, o banco não tem mais dinheiro ‘‘livre’’ para os demais compromissos. Está com um ‘‘rombo’’ — passageiro, note-se — porque tem dinheiro a receber, mas está enfrentando uma onda de atrasos (que podem ou não virar calotes), e as reservas exigidas estão congelando seu ‘‘capital’’.

* O ‘‘rombo’’ inventado — De acordo com as regras traçadas pelo Banco Central, na época da falsa crise do BB, qualquer banco deve fazer reservas, como precaução, sempre que um cliente atrasasse uma prestação dos empréstimos em mais de 30 dias — isto, se o empréstimo não tivesse garantias (isto é, se o cliente não tivesse ‘‘hipotecado’’ carros, casas, sítios, fazendas para garantir o pagamento). Se o empréstimo tivesse garantia parcial, isto é, os bens hipotecados tivessem um valor igual a uma parte do empréstimo, o prazo subia para 180 dias; se o empréstimo tivesse garantia total, com bens ‘‘hipotecados’’ de igual valor, o prazo subia para 360 dias. O que o governo fez, para inventar o rombo do BB?

Descaradamente, exigiu que o banco fizesse reservas para qualquer empréstimo em atraso, mesmo que ainda não tivessem estourado aqueles prazos de 30, 180 ou 360 dias previstos nas próprias regras do Banco Central. O governo FHC/FMI desrespeitou vergonhosamente as suas próprias regras (como aconteceu com o Banespa), fixadas pelo próprio Banco Central, para desmoralizar o Banco do Brasil diante da opinião pública. A manobra está sendo repetida com a Caixa Econômica Federal, como se verá amanhã.

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